O Projeto "As Carrancas do Senhor Onésio", em Buriti de Inácia Vaz/MA
Acaso  se apostasse no que redundará o projeto “As Carrancas do senhor Onésio”  para o município de Buriti de Inácia Vaz e para o Baixo Parnaíba  maranhense como um todo em que ponto do projeto a aposta flecharia? Uma  parte dos apostadores, certamente, apostaria no fracasso do projeto  tendo em vista outros projetos ou quimeras de projetos  que  se danaram por obra e graça de um ou mais políticos. Outra parte,  certamente, apostaria que o projeto é uma forma de se apiedar com as  comunidades que padecem dos efeitos deletérios da fronteira agrícola,  mas nada que atormente muito o seu dia a dia. Uma mínima parte apostaria  em afogar as mágoas dos outros com mudas de bacuri, de juçara e de  buriti às margens do rio Preto, bacia do rio Munim, Baixo Parnaiba  maranhense, antes que os desmatamentos das Chapadas assoreiem por  completo o leito do rio. Esses plantios de soja, nas Chapadas de Buriti  de Inácia Vaz, comportam mágoas que os moradores, simplesmente, evitam  na hora do pega pra capar. 
Cerrado no Baixo Parnaíba (arquivo Fórum Carajás)
Quem  vendeu a sua posse de terra para os gaúchos, tão bem vendido, que a  maior parte da comunidade foi pega de surpresa com o correntão  espatifando a mata nativa da  Chapada? O André, plantador  de soja nas Carrancas e nas proximidades, propôs para o Vicente de  Paula, que detém 180 hectares na Chapada, a troca de sua posse por  pingos de propriedade, do tipo aqui vai 18 hectares, ali vai mais 18 e  por ai vai. O Vicente balançou com a proposta, contudo, na reunião  preparatória do projeto “As Carrancas do Senhor Onésio”, no dia nove de  abril de 2011, o próprio desembarcou do regatear  do André e embarcou com quase toda a família no projeto. 
Na  tarde do mesmo dia Vicente responderia ao representante do André com  uma negativa para o regateio. O que argamassou a decisão do Vicente de  suspender as tratativas foi a comparação da época em que resolvera morar  naquela parte da Chapada, quando tudo era mais difícil, para aquele  momento em que produzia de tudo um pouco. No seu intimo, talvez o  Vicente acariciasse velhas incertezas quanto a posse dos 180 hectares.  Ele protocolou junto ao Iterma um pedido de regularização fundiária e  nenhuma equipe vistoriou a sua área. Quanta diferença quando o pedido  surge de um agricultor familiar em vez de um plantador de soja ou de  eucalipto, não é mesmo? 
Por: Mayron Régis (Fórum Carajás)
http://territorioslivresdobaixoparnaiba.blogspot.com/

Ótimo texto, devemos conhecer mais nossa região e os problemas que ela enfrenta.
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